Retorno!

Eu fui, nem tento esconder isto;

Salta a vista de qualquer que me olhar;

Não me censure as vestes rasgadas;

São marcas de dias de sofrimento e privações;

Nem tampouco as cicatrizes;

Vieram de lutas que não eram minhas;

Feridas abertas que dilaceravam sem doer;

Destruíam sem que eu percebesse;

Também peço que desculpe o cansaço;

Foram dias de caminhada fatigante;

Sem inicio nem fim;

A magreza que trago é de fome que eu passei;

Este sou eu, ...;

Mas e você? ...

Precisei e não te encontrei;

Onde estavas que não me ouvias?

Tu que se intitula Servo;

Missionário, ministro...

Não viu o meu desespero? A agonia?

Te estendi as mãos e você ignorou;

Mas mesmo assim consegui voltar;

Depois que eu tiver me lavado;

Quem sabe você me de um abraço;

Quem sabe um aperto de mão;

Mas eu gostaria de te dizer algo antes;

Tem muitos iguais a mim lá fora;

Será que seremos bem vindos no seu meio?

Será que não vamos sujar seu chão encerado?

Suas poltronas limpinhas?

Será que os drogados poderão vir e encontrar ajuda?

As prostitutas encontrarão repostas a suas vidas?

Se não formos bem vindos avise;

Quem sabe na outra igreja encontremos;

Braços solidários que nos recebam;

Água-da-vida para matar nossa sede;

Pão-da-vida para saciar-nos a fome;

Cristo para a salvação;

“Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida" (Apoc. 22:17)

 

Barcarena-PA,12 de março de 2012

Pastor Ernesto Luis de Brito

Pr. Ernesto Luis de Brito