Estava tranquilo, a vida sorria;
Mas por mais que olhasse nada percebia;
Tudo isto era imaginação decerto.
O riacho fresco para a sede matar,
Translúcido de atraente frescor;
Trazia a paz em seu deslizar;
Era a vida, bela sem nenhum horror.
Onde, então, os perigos iminentes,
Os anciãos perderam a ansiedade da jornada;
Desistiram desse desejo eminente;
Que lança os jovens nesta linda escalada.
Já perderam o ardor pelo novo;
A sede de experiências e de aventura;
Vou descer pela correnteza e vagar sem estorvo;
Desbravador serei, sem temer a jornada dura.
Já vejo ao longo do caminho;
Novos amigos me acenando;
Nesta, não precisarei ir sozinho;
Com novos camaradas irei brincando.
Cada vez mais e mais longe vamos juntos;
Companheiros diferentes estão chegando;
Trazem hábitos e estranhos assuntos;
Fumam, bebem, novidades me ensinando.
Se os anciãos me vissem agora;
Desbravador de mundos eu sou;
Sem limites, sem fronteiras;
O frágil em forte se tornou.
Esses sim, companheiros de jornada;
Amigos de confiança , com eles prossigo;
Com eles não temo mesmo nada;
A cada passo mais confiante fico.
Esta estrada nova nos trouxe mais camaradas;
Os velhos ficaram no esquecimento;
Aqui encontrei pessoas amadas;
Novos hábitos me trazem tormento.
Cada dia mais difícil a bebida;
Também escassos os cigarros se tornam;
Meus colegas me fizeram assinar a divida;
Valeu a pena em fumaça as lembranças se tornam.
Preciso de mais, meus valores acabaram;
Cri que era sonho então acordei;
Nem meus amigos comigo ficaram;
Procurei e os não encontrei.
O desespero agora me acha;
Preciso o traficante procurar;
Cigarros, droga e cachaça;
Este sim, nunca vai me desamparar.
Me fornecia sem nada perguntar;
Sempre sorrindo a mão me estendia;
Mas esta recusando a droga me dar;
Uma arma, sim, para buscar a grana do dia.
Nunca fiz isto, mas de droga preciso;
Será só uma vez e vou me embora;
Só o suficiente para a recuperar o siso.
Desesperado dela necessito agora.
Com esse dinheiro posso tudo ter;
Cada vez mais fácil a grana vem;
O dono de minha vida voltei a ser;
O Cara voltou a sorrir também.
Juntos , eu e ele, nos ajudamos;
Ele com a droga e eu com a grana;
Parceiros, amigos ate na morte andamos;
Os sonhos morreram sobrou a gana.
E sem sonho, sem vida;
Sem amigos, família ou amores;
Da policia fugindo de ladeira e descida;
Esperança morreu sobraram as dores.
Aflição e angustia agora minhas companheiras;
Andamos de mãos dadas neste infortúnio;
No espelho não olho, pele e osso, cansaço e olheiras;
O que vejo descrevo, só resta o precipício.
Adeus aos anciãos, adeus a família;
Já são imagens do passado, ...
A vergonha me impede de voltar;
Nada sobrou, adeus, esta tudo acabado...
mas, interiormente, são lobos devoradores. Mateus 7:15-20.
Ernesto Luis de Brito
Pastor Ernesto Luis de Brito
Barcarena-Pa, 07/04/2011.
Aí... Me deu até um mal estar... Que terrível a vida deste ser...
ResponderExcluirA paz a Todos.
ResponderExcluirÈ incrível a quantidade de vezes que isto acontece. É necessário que nossos jovens estejam sempre sendo alertados sobre os varios tipos de lobo e seus disfarces.
Como é difícil ver os lobos disfarçados de ovelhas... mas se não dermos crédito à palavra e não vigiarmos... quando menos esperarmos, os lobos já comeram todas as ovelhas e já se procriaram e estaremos criando lobos em nossos apriscos...
ResponderExcluirAs vezes nossa falta de visao é tao grande que nao defendemos as ovelhas pobres e damos valor para lobos abastados; em que direção será que estao nossos olhos?
ResponderExcluir